quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mea culpa

Mais uma confissão para a minha lista: Davi vomitou por minha causa.

Desde que começou a comer, ele não bate pratão. Come pouco e faz cara feia sempre. Tenho de segurar o peito para deixá-lo com fome. Só assim para ele dar umas boas colheiradas. Só que nesse último domingo eu me excedi. Nessa ânsia de fazer a criança comer, esquentei a papinha do almoço e fui dar a dita cuja, mesmo tendo dado o peito duas vezes naquela manhã. Preparei os brinquedinhos e o computador para servirem de distração. Algo que considero infalível (quando não tem o violão do pai) é a abertura da novela que terminou agora, Cordel Encantado. Aquelas figurinhas de xilogravura em preto e branco combinadas com a música do Gil sempre foram hit da hora de comer. Davi fica paralisado assistindo.

Tudo preparado, criança no cadeirão, começo a dar o almoço. Come uma, duas colheres e só. Tranca a boca. Faço palhaçada, dou replay 357 vezes na abertura de Cordel, balanço brinquedo. Faço de um tudo. Nada funciona. Só que o danado ri. E eu confesso: bem me aproveitei de um sorriso dele e lá foi uma colher cheia. Davi faz cara feia, como se fosse vomitar. E vomita. As duas colheiradas e todo o leite da manhã e da madrugada (ou pelo menos eu acho que era, porque foi muuuito).

"Caraca, que m... que eu fiz". Fico meio paralisada. O que fazer primeiro? "A criança, limpa a criança primeiro, sua anta". Pego o Davi e tiro babador e roupa. Dou uma limpada rápida na pia, enquanto abraço, encho de beijos e peço um milhão de desculpas. Fiquei me sentindo a pior mãe do mundo: como é que alguém enche tanto um bebê assim ao ponto dele vomitar? Começo a esboçar um choro (mas me controlei) e só sei falar "desculpa, filho". E ele, o que faz? Ri pra mim, como se não houvesse amanhã, como se nada tivesse acontecido.

Então, nota mental para mim: nada de distrações na hora de comer. Se comer pouquinho, deixa. Vai ver o leite já está sendo o suficiente.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

7 meses

Davi fez sete meses. Depois da ida mensal ao pediatra, aí estão as medidas do bebezão: 9,070kg (já dá para usar as fraldas G, gzus!!!), 71,5cm de altura e 45,5cm de cabeção. Tá um homem esse menino! hehehe

E ainda de quebra ganhou um presentão! Vovó e vovô viajaram e trouxeram um negócio super interessante. Cada coisa que inventam para bebês... Com esse bouncer, você pendura a criança na porta por uma mola e ela fica ali, "bouceando". Davi amou esse negócio! Ficou pulando e rindo. Difícil foi tirar uma foto com foco. O garoto não parava.

 


sábado, 24 de setembro de 2011

Vira-lata já tem dente

Uma semana de creche e Davi recebeu o certificado de 100% adaptado. Ele está se saindo um bom vira-lata esse menino. Ri para todo mundo. Não chorou nem um dia (só na quarta que deu uma reclamada perto da hora do almoço porque queria mamar - mamou, passou). Adaptação show de bola até agora. Uma coisa bem progressiva: duas horinhas no primeiro dia, na quarta já começou a almoçar, na quinta ficou até o lanche e na sexta chegou a jantar. Aliás, na sexta-feira, Davi participou de sua primeira festa (da primavera) e por isso teve de ir com uma roupa vermelha para a creche (primeiro "dever de casa" hehehe).

Estou indo sempre ao meio-dia para dar o peito e quero tentar manter essa ida à creche na hora do almoço quando voltar a trabalhar, pelo menos nos primeiras semanas. Não sei se vai ser possível, porque o dia-a-dia no trabalho não é tão rotineiro. Posso estar mais pegada em alguns dias e vai ser complicado dar essa escapada, mas acho que, no início, nem que seja na primeira semana, vai dar sim. Vai ser um esforço (trabalho a uns 20 minutos de carro da creche), mas vai valer muito.

Na sexta, quando amamentava o Davi na hora do almoço conversei com outra mãe que estava fazendo o mesmo que eu. A filhinha dela demorou um mês para se adaptar, tinha de ir embora em menos de uma hora na primeira semana porque ficava rouca de tanto chorar, segundo essa mãe. Percebi que, apesar do meu coração apertado por ficar longe dele, tenho mais é que agradecer por ele está passando por essa mudança de forma tão tranquila.

E para fechar a semana com chave de ouro, papai percebeu que o primeiro dentinho do Davi já está apontando!!! Fui conferir e, realmente, quando você passa o dedo em cima da gengiva, dá para sentir uma serrinha e já é possível ver uma linhazinha branca de dente na parte de baixo. Tô doida para tirar uma foto do meu ex-banguelo com um dente-filho-único na boca - não vai demorar muito!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Casa nova, tudo novo

Bem, nem tudo vai ser novo, mas vai ser chique o apartamento! Pegamos as chaves da casa nova no dia 1 de outubro e a obra começa na segunda-feira, dia 3, mesmo dia que volto a trabalhar. E só deve acabar depois de cinco semanas (início de novembro). Sentiu o drama da pessoa aqui? Vai rolar em breve uma mudança de casa, para um lugar ainda sem armários (que só devem chegar lá para dezembro, se não for janeiro). Casa sem armários e bebê começando a engantinhar... Vai ser bárbaro isso!

E aos poucos, mas bem aos poucos meeesmo, vou comprando as coisas faltantes para a casa, tipo mesa de jantar, panelas, aparelho de jantar, mesa de centro, tapete, cortinas... Moro num quarto e sala hoje e tenho pouquíssima coisa ou quase nada. Só que essas compras vão ser feitas com muita calma nessa hora, porque obra é uma coisa que deixa famílias sem dinheiro (e por aqui não vai ser diferente). Aliás, compra de apartamento + obra + creche estão causando uma evasão de divisas da minha conta bancária sem precedentes!!!

O bom é que as coisas estão se encaixando. Davi começou na creche e, enquanto ele está lá, estou resolvendo mil coisas, entre elas escolher pisos e revestimentos para a casa nova. Ô, o negócio vai ficar lindo!!! Tô empolgada (até porque só escolhi as coisas, ainda não paguei hehehe). A empolgação maior de todas é com o quarto do Sr. Davi. Lembra que eu estava às voltas com a compra de um kit berço? Achei um ma-ra-vi-lho-so, num preço digno, em uma loja de Botafogo. Chegou essa semana e fui lá buscar. O berço dele ainda não existe, mas já estou usando no berço desmontável que hoje habita a lateral da minha cama. Tem que usar porque daqui a pouco esse bebê vira um menino!!! Aliás, Sr. Davi já fez a proeza de segurar sentadinho na borda do berço e se levantar sem apoio. Isso, claro, eu colocando ele sentado de frente para a borda do berço (ele ainda não se levanta para sentar sozinho). Então, muito em breve, o berço será "descido" e o kit berço vai ficar bem escondidinho. Humpf... Mas o que vale é que eu comprei o bendito!!  

Quer saber o preço? R$500,00, o mesmo valor de ingresso para duas pessoas para um dia de Rock in Rio, que eu não vou. É, as prioridades mudam...

Kit berço com direito a bebê-modelo na foto

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Judia de mim, judia... II

Já falei que meu esporte favorito é judiar de criança para conseguir uma foto bacana, não é? Olha só que formosura esse bebê gordo de fone retrô! E a outra com os brinquedinhos mais novos, presentinho do papai.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Primeiro dia na creche

Enfim que chegou o dia. Davi começou sua adaptação na creche ontem. E, como era de se esperar, o bichinho não estranhou ninguém e se divertiu muito. Agora, eu e o pai ficamos com uma dorzinha no coração.

Assim que chegamos de manhã cedinho, conforme o combinado com a equipe da creche, entregamos Davi para a professora, que foi direto para o parquinho com areia, onde já estava a turma do Berçário I pegando o solzinho da manhã. Davi nem tchum pra mim. Foi ele lá, tranquilão, para os braços da professora. Eu e o pai ficamos de longe, tirando fotos e de óculos escuros, para esconder as lágrimas que os dois estavam derramando na hora. O Davi nem aí para o que estava acontecendo e a gente super com o coração apertado.

E o que foi a primeira coisa que fez no parquinho? Pegou areia e foi direto na boca. Ele estava sentado no colo da professora na hora, mas mesmo assim em segundos o danado comeu areia. Já começou a fortalecer o sistema imunológico nessa creche. Depois de alguns minutinhos pegando sol, foi para a sala dele para aula de inglês. É, isso mesmo, você ouviu direito. Com seis meses, Davi já tem aula de inglês. Uma fofura.

A professora leva uns brinquedinhos, canta música, usa fantoches. Um entretenimento bebezístico, só que tudo falado em inglês. Já para as crianças irem se acostumando com a sonoridade de uma outra língua. Achei muito legal. E foi só isso no primeiro dia. Ficou umas duas horinhas e foi para casa, o mesmo que aconteceu hoje.

Conversei com a nutricionista e Davi já começa a almoçar amanhã. Seu tempo na creche vai aumentando progressivamente e amanhã sai depois do almoço, ao meio-dia. Tomara que ele não estranhe muito, mas se continuar nesse andar da carruagem, vai ficar tudo bem. Como é adaptação, eu fico lá pela creche mesmo, caso ele precise em algum momento da minha presença (ou melhor dizendo, do meu peito).

Vamos ver como serão essas duas semanas, mas quero me programar para vir dar o peito a ele pelo menos nos 15 primeiros dias, para não ter uma ruptura muito grande. Viria na hora do almoço, uma certa mão de obra para mim, pois trabalho longe. Mas vamu que vamu; uma hora essa rotina entra nos eixos.

Aí vão umas fotos e vídeo do primeiro dia. Mãe, o vído é para você (minha mãe é professora de inglês). Acho que você deve estar curiosa para ver. :-)

Davi no colinho da professora pegando sol

Sala de aula do "Minitinho"

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Tô que nem peru

Pois é, tô sofrendo de véspera. A adaptação do Davi na creche começa na segunda-feira e já estou sentindo o peso da culpa. De deixá-lo longe de mim, sem o peito, que o ajuda a dormir de dia e o alimenta.

Ele já está comendo três refeições por dia (2 salgadas e 1 doce, em geral uma fruta no lanche), mas ainda mama durante o dia. Não aguento ficar segurando o peito para já ir acostumando. Até tentei só dar peito de manhã e depois só à noite. Mas não consegui, nem uma vezinha sequer. Ele ameaça uma reclamação e lá vai o santo peitinho para resolver. Então, decidi desencanar e dar o peito entre as refeições, cuidando só para não dar muito perto da hora da comida. O que me conforta é que pelo menos comendo ele já está. Morrer de fome não vai.

Tirando essa questão do peito, outra coisa que me angustia é a nova rotina que se aproxima. Se hoje eu já não tenho tempo de cuidar de tudo na minha casa, imagina só quando eu estiver trabalhando todos os dias? Minha casa vai virar um chiqueiro! Isso sem falar nos momentos para se ter vida social e dar atenção ao marido. Vou chegar em casa na hora de buscar o Davi na creche, louca para ficar com ele. Vamos seguir sua rotininha de sono e vou ter que dormir mais cedo, pois chego no trabalho às 7h20. Sentiu o drama? Que horas será que vou ter que dormir? Às 9h, uma hora depois de colocar o Davi para dormir? Não que isso seja difícil pra mim, sou boa de cama, mas vai me sobrar uma hora para comer, tomar banho, dar atenção ao marido e ajeitar as coisas para o dia seguinte. Sei que vou dormir mais tarde que isso, mas vai ser complicado conseguir horas de sono suficientes para ir trabalhar no dia seguinte, considerando que o Davi acorda de madrugada para mamar.

Mas tirando essas preocupações, aquilo que está mais me doendo é não estar presente no dia-a-dia do Davi. Ele, tão novinho, já vai passar pela sua primeira separação, o primeiro baque, e eu não posso fazer nada para evitar. Preciso trabalhar, minha renda é hoje indispensável para a minha família. Não tem como, não tem jeito. Mas não me conformo. Sei que vou deixá-lo na creche com o coração apertadinho. Espero encontrar um ambiente cheio de afeto, com pessoas queridas e amorosas. Sim, eu já conheço a creche do meu filho, mas acho que a certeza da escolha certa mesmo eu só vou ter durante a adaptação, vendo como as cuidadoras atuam ao longo do dia. Não vai ser a mesma coisa que amor de mãe, mas se eu sentir que lá ele terá, além do cuidado, o carinho e o afeto das cuidadoras, meu coraçãozinho já vai se confortar um pouco.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Papa tudo

Sabe qual a melhor solução para uma criança que não quer jantar? Serenata!

Tenho ficado frustada, achando sempre que o Davi não come o suficiente. E já tinha tentado todo tipo de distração: brinquedinhos variados, bate-bate de colher na mesa, gritinhos e barulhos esquisitos com a boca, dacinha maluca. Mas o que funcionou mesmo e bem foi o violão.

Sentado em um banquinho em frente ao cadeirão, papai tocou e cantou um monte de música. E eu fui acompanhando também. Foi a primeira vez que Davi não reclamou nadica de nada enquanto comia. E comeu um montão! O pai está contratado para tocar em todo jantar. Já falei que eu pago o couvert artístico!

E para celebrar este momento, aí vai o vídeo da primeira papinha salgada do Davi. Foi gravado há algumas semanas. Ele já melhorou horrores para comer, abre o maior bocão. É legal ver o quanto ele já evoluiu em pouco tempo.


terça-feira, 13 de setembro de 2011

Explicação de especialista sobre a prisão de ventre

Gente, blogosfera materna é tudo bom! Acho que só agora finalmente compreendi o por quê da prisão de ventre do Davi. Mesmo só sendo alimentado no peito, ele começou com esse probleminha aos quatro meses, que só se resolveu agora, com a introdução das papinhas sólidas. A Paloma, do Peripécias de Cecília e Fofices de Clarice, traz toda segunda uma sessão de perguntas e respostas com um pediatra bacana. E ele explicou a razão dessa constipação do molequinho:

"Hoje em dia, todos sabemos que alguns bebês, principalmente quando alimentados ao seio, podem fazer um pouco de obstipação. Isso se deve a vários fatores, inclusive ao fato de o leite materno ser tão totalmente absorvido que sobra pouco para eliminar pelas fezes. Por outro lado, se o bebê demora quatro ou cinco dias, mas, quando o faz, não sente dor, não apresenta cibalos (bolinhas), não sangra, pode ser considerado normal. À medida que a criança for crescendo e principalmente após o mes, quando se introduzem legumes, hortaliças e cereais, ela tem tendência a evacuar mais.
Um outro motivo para não evacuar é a hipogalactia, ou seja, quando a mãe não está conseguindo suprir toda a necessidade do bebê, mas aí ele fica irritado, chora, não ganha peso - e pelo jeito não é o seu caso. Amamente mais, à vontade, sem se preocupar muito com horários (livre demanda) e verá que provavelmente isso é passageiro, não fique angustiada com essa questão. Seguramente o seu bebê está urinando bem, não é? Outra coisa: para você, mãe, a única coisa que recomendo é tomar bastante água para relaxar e deixar o bebê mamar à vontade. Qualquer coisa volte a se comunicar conosco."

Foi exatamente como ele falou, passageiro. Acho que o Davi se amarrava tanto no leitinho que queria aproveitar até a última gota! E agora já estabilizou a o número dois voltou a dar o ar da graça.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Fim da prisão de ventre e início de um novo calvário

Esse post é para comemorar!!! E para desabafar também... Acabou a prisão de ventre do Davi. Desde que começaram as comidinhas sólidas, esse probleminha foi melhorando, melhorando, até acabar por completo. Com a papinha de mamão, aveia e mel, Davi já estava fazendo o número 2 sozinho a cada dois dias. Não falhava. No terceiro dia, sempre vinha o dito cujo. Agora que já começaram as papinhas salgadas, esse tempo começou a encurtar. Passou a ser dia sim, dia não e depois todo dia. Agora, já teve até dia em que aconteceu duas vezes!!! E, com isso, tive uma nova descoberta: se o baby comer beterraba, o cocô sai roxo! Me disseram que com adulto também é assim, mas como não como beterraba, não sabia disso. Achei engraçadão!

Só não tá sendo uma maravilha essa substituição de mamada por comida. Eu nunca sei se ele já comeu o suficiente. Dou até ele reclamar bastante, quando uma distração, com um brinquedo, com uma música ou uma careta, já não ajuda mais a terminar a refeição. E também não consegui ainda substituir as mamadas diárias por comida. Mês que vem volto a trabalhar e Sr. Davi só vai poder mamar de manhã cedinho e à noite.

Já dou beeem menos peito durante o dia, mas quando ele reclama muito, confesso que não resisto e dou. Gosto de amamentar e, além disso, acho que é um ótimo cala-boca. Reclamou? Chorou? Mamou! E a reclamação e o choro vão embora rapidinho. Como Davi não recusa um peito, essa "arma" é infalível!

Fico achando que essa substituição completa de mamada por refeição só vai ser possível quando ele estiver na creche. Me seguro para não dar peito e, quando consigo, ele come bem melhor. Mas sempre acabo caindo em tentação. E fico frustrada comigo mesma por não ter segurado mais um pouco quando ele come pouco no horário da refeição. Tenho medo dele sentir muito no dia em que a opção do peito não estiver mais presente. Tô tensa...

sábado, 10 de setembro de 2011

Das coisas banais que fazem falta

Depois que o bebê nasce, a vida muda completamente. Isso não é novidade para mim. Sabia que ia sentir falta de coisas clássicas que se perde quando se tem um bebê, como dormir uma noite inteirinha. Só não sabia que ia sentir falta de coisas aparentemente banais, que até então nem tinha dado conta. Aí vai a listinha:

- andar de escada rolante: taí uma coisa que nunca achei que fosse sentir falta... hehehe De carrinho, não dá para descer ou subir de escada rolante. Só indo de elevador mesmo. Até já tentei andar na escada de carrinho (sem o Davi dentro! - tava no colo do pai e eu empurrando o carrinho vazio). Mas foi muito complicado e quase caí eu e carrinho no fim da escada. Então, só de elevador meeesmo. Só que elevador em shopping é artigo raro e disputado, enquanto escada rolante tem a cada esquina, praticamente. É um saco esperar elevador para se locomover. Ô saquinho...

- comer: não, eu não estou fazendo greve de fome desde que o Davi nasceu. Pelo contrário, tô comendo pra caramba, mais até do que comia quando estava grávida. Só que agora eu não digo mais que eu como. Eu me alimento, pra manter a engrenagem rodando, só. Acabou o prazer associado a comida. Não consegui ainda fazer uma refeição calma, tranquila, com direito a entrada, sobremesa e cafezinho, mesmo quando tem mais gente por perto para olhar a cria, tipo em almoço de família. Como rápido mesmo, fico agoniada, especialmente se o Davi estiver acordado (se estiver dormindo, como rápido também achando que ele vai acordar logo, logo). Se estiver sozinha com ele, eu praticamente engulo a comida numa garfada só. Ai que falta daqueles almoços loooongos, com direito ainda a uma soneca depois...

- pintar as unhas: há muito tempo eu mesma faço as minhas próprias unhas. Tenho váaarios esmaltes e habilidade o suficiente para achar que faço melhor do que muita manicure por aí. Gosto de fazer tudo com calma, de preferência assistindo algum programa bacana na TV. No início, assim que o Davi nasceu, não dava para nem dar uma ajeitadinha nas unhas. Ficaram uó. Hoje, já consigo "cuticular", mas pintar mesmo não dá, só se tiver alguém por perto que possa ficar com ele até eu terminar. Tirar cutícula com o Davi por perto dá para fazer. Se ele começar a ficar entediado, chorar ou se acontecer qualquer coisa, dá para parar tudo e pegar ele. Agora, não dá para fazer isso com a unha recém-pintada. Imagina ter de parar o processo de pintura porque o moleque acordou da soneca? Ia ser uma melecada só. E não rola de fazer de noite antes de dormir (quando sono do Davi é mais longo) porque senão ia ficar tudo amassado e feio (não ia aguentar esperar muito tempo para dormir só por causa da unha, morro de sono).

- fazer alguma coisa e terminar antes de começar outra: eu começo a lavar a louça. Davi reclama. Pego brinquedo e dou. Começo a arrumar a cama. Davi quer atenção de novo. Brinco mais um pouco. Vou ao banheiro e descubro que acabou o papel higiênico. Vou pegar e, no meio do caminho, Davi já quer minha atenção de novo. Pego no colo. Sinto fome. Vou ver o que tem para tomar café. Boto pão para esquentar no forno. Vou ver o Davi. Sinto cheiro de queimado. Resultado: não terminei de lavar a louça, não arrumei a cama, não troquei o papel higiênico e queimei meu pão. Sentiu o drama? Claro que não é punk assim todo dia, mas sempre paro de fazer algo para atender o Davi e não termino (ou só termino muuuito tempo depois).

- dormir ou ficar em casa sem sutiã ou top: meu peito vaza. Até hoje. E principalmente agora, que tô começando a substituir comidinhas por mamadas. Ele fica cheio e vaza. Então, não dá para marcar bobeira e ficar sem os absorventes de peito. São uma das grandes invenções da nossa era! Imagina só ficar fedendo a leite há seis meses non stop? Tá louco! Só que nunca mais tive a liberdade de dormir sem alguma coisa me apertando. Pelo menos a cinta pós-parto já foi abandonada há séculos.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Relato de parto - Parte III

Levaram o Davi embora para o berçário. Ele nasceu chorando com força, mas depois começou a apresentar sinais de cansaço, ofegante. "Vou dar duas horas de chance para ele", disse o pediatra. Se não voltasse a respirar com mais serenidade, iria para a UTI. E foi. Infelizmente.

Eu ainda não sabia direito o que estava acontecendo com o Davi. Voltei para o quarto, enquanto o pai o acompanhava no berçário. Minha mãe e minha irmã estava lá, me aguardando. Não lembro direito o que falamos. Não sei se foi a anestesia, o cansaço, o baque emocional, mas eu me sentia totalmente dormente. Estava feliz pelo nascimento, mas ao mesmo tempo me sentia desconectada. Não parecia que aquilo tudo estava acontecendo.

Tentamos eu e o pai dormir um pouco. Já era de manhã e se eu dormi uma hora de sono foi muito. Logo chegou a mãe dele e alguns familiares. Eles falavam, falavam, sem parar. Era muita felicidade. Lembro de só balançar a cabeça e sorrir, como se estivesse concordando e acompanhando a conversa, mas a verdade era que eu não estava entendendo nada. Estava grogue, desconectada.

Logo foram embora e a enfermeira trouxe meu almoço. Tinha de levantar, tomar banho e depois almoçar. "Recomendação do médico". Tentei levantar e aí sentir A MAIOR DOR da minha vida inteira. Forcei um caminhar até o banheiro para entrar no chuveiro, mas quase desmaiei. Fiquei branca e me colocaram de volta na cama, com a cabeça mais baixa do que o resto do corpo para o sangue voltar. Foi horrível. A pior dor.
Almocei com calma e lembro do Tide dizer: "você não que ir ver o Davi? Para isso, precisa levantar". E só aí me convenci de que não tinha mesmo outro jeito. Levantei, tomei um banho (e não sei porque o banheiro daquela maternidade tinha um espelho de corpo inteiro - ninguém merece se ver costurada e inchada como eu me vi). E fui me arrastando para a UTI. O Davi estava lá. Com um tubinho no nariz para ajudar a respiração (CPAP, o nome do aparelho) e os dois olhinhos roxos. Depois o pediatra nos contou que havia também um roxinho na cabeça, que logo sumiu. Ele nasceu bem amassado, como se já estivesse no canal de parto há muitas horas, segundo o pediatra (e eu sem sentir nada antes da bolsa estourar, vai entender). Aí começava a batalha dos 10 dias (conto melhor num outro post), que iria acabar na terça-feira de Carnaval, quando finalmente o Davi foi para casa.

Bem, taí o relato. Não foi do jeito que eu queria. Mas foi do jeito que aconteceu. Ouvi depois uma coisa que me confortou: "o melhor parto é aquele que a gente pode ter". Então, foi isso que aconteceu. Esse foi o parto que eu pude ter sem que nada mais grave acontecesse. Mesmo indo para a UTI, Davi estava bem e ficaria bem. E seu nascimento trouxe pra família, pra gente, pra mim, um sopro de vida. Uma certeza de que o inesperado nos traz sim boas surpresas.

Para fechar o relato, reproduzo abaixo um e-mail que minha mãe mandou para a família e amigos. Descreve bem e de maneira sucinta o que aconteceu naquele mês de fevereiro. O título do e-mail era VIDA-DAVI e inspirou o nome do blog.

Oi minha gente querida,

O ciclo da vida anda frenético mesmo. Depois da partida do meu irmão, dia 15/02, com tumor no pâncreas, chega o nosso Davizinho. Uma montanha russa de emoções que a vida nos coloca à prova mas também nos ensina do seu valor.

Meu irmão lutou até o fim para ficar entre nós, mas não foi possível, partiu aos 47 anos cheio de vontade de viver. Lembranças e muita saudade é o que ficou, além de muitos questionamentos sobre nossa própria vida.

Dia 27/02 o Davi se junta a nós cheio de pressa, nasceu de 8 meses, 2.380kg e 49cm, e por conta de sua mãozinha na cabeça (um pensador), o parto não pôde ser natural. Liza passa muito bem e o pai, Tide, não consegue parar de rir. Quanto ao Davi... já está agarrando nossos dedos com a força de um lutador e olhando nos nossos olhos com a certeza do que quer.

Então, comunico a todos os amigos e familiares que estamos mais uma vez celebrando a VIDA. Que tenhamos sabedoria para entender deste ciclo que nos tira e nos dá tantas alegrias.

Beijão a todos,
dos avós mais novos do pedaço, Miriam e Roberto
ps: e começa a babação...

domingo, 4 de setembro de 2011

Relato de parto - Parte II

O último ultrassom que havia feito já tinha muito tempo. Não lembro exatamente quando, mas o Davi ainda tinha 1,3kg. Estava com uma ultra agendada para a sexta-feira seguinte. Não sabia o tamanho dele e achava que ele estaria pequeno demais. Não parava de tremer e a água jorrava de mim. Foi muuuuita água. Coisa de filme mesmo. Um líquido assim meio esbranquiçado e com uns pedaços meio rosa, tipo água de melancia. Eu fechava as pernas não sei pra quê, pois não adiantava nada. Sorte que eu tinha dado um pulo da cama e a maior parte foi no chão do quarto mesmo e quase não sujou o lençol e o colchão (dona Neura agradece).

Enquanto ia tomar banho, Tide ligou para o meu médico, minha mãe e a mãe dele. Enquanto tomava banho, saía mais água de mim. Foi como se um balão tivesse estourado dentro de mim (e foi mais ou menos isso) e nessa hora só saía o fiapinho de água que sobrou depois do estouro. Tide me avisa: "nós vamos para a Barra. O doutor está lá atendendo uma paciente". Era uma escolha entre ser atendido rapidamente na Barra ou depois de umas duas horas em Laranjeiras, bem mais perto da minha casa. Não conversamos. Fomos para a Barra.

Peguei qualquer roupa minha, qualquer roupa do Davi (tinha passado cueiro, toalha, paninho e deixado as roupas para depois - então, as roupas escolhidas estavam todas amassadas), umas roupas para o pai. Enfiamos de qualquer jeito na bolsa de fralda e fomos.

A rua estava deserta e não lembro direito o que conversamos. Só sei que no carro, comecei a monitorar as minhas contrações. Logo depois que a bolsa estourou, comecei a sentí-las. Até então, nadica de nada de dor. No banho, as primeiras pontadas rápidas. Já no carro, elas estavam mais frequentes (8 em 8 minutos) e doíam um pouco mais. Ao chegar na maternidade, elas já estavam de 4 em 4 minutos e quando uma vinha, não dava mais para conversar.

Minha mãe e irmã chegaram antes da gente no hospital. Rapidamente subimos para o quarto e o doutor já estava lá nos esperando. Ainda me tremia toda, sem parar. Ele trouxe um aparelho para escutar o coração do bebê e fez o toque. Estava com 3 para 4 centímetros de dilatação. E aí veio a notícia ruim: Davi estava encaixado de face (e não de cocoruto, como tinha de ser). O diâmetro da face é maior do que o do topo da cabeça, uma complicação para o parto normal. E ainda havia um agravante. Davi estava com uma das mãos na testa.

Nessa hora, o médico disse que teria de ser uma cesariana. Ele era prematuro (achava que estava com 35 semanas, mas na verdade eram 33 semanas e 6 dias, segundo a estimativa do neonatologista depois que o Davi nasceu) e estava em uma posição que dificultaria o parto normal que eu tanto queria. Não queria ser cortada. Queria parir. Mas na hora não tive peito para argumentar, para tentar dissuadir o médico ou questionar. Nem tive coragem de pedir muita explicação. Estava com medo e ao mesmo tempo me sentia um pouco desconectada, como se aquilo não estivesse acontecendo de verdade. Tive dificuldade para aceitar que o Davi realmente estava nacendo um mês antes do programado.

Depois do exame do médico, aconteceu tudo muito rápido. Me transportaram para a sala de cirurgia em uma maca e achei muito esquisita a perspectiva em que eu me encontrava. Eu olhava aquele teto branco, as luzes, enquanto me empurravam, tinha um ponto de vista de uma pessoa que estava doente. Ruim demais. Acho que dava para ir andando, mas também não questionei nada.

Entrei na sala de cirurgia, que estava cheia, com os dois obstetras, uma ajudante (enfermeira, técnica de enfermagem, não sei direito), o neonatologista e o anestesista. "Cadê o Tide?" era o que me passava pela cabeça. E eu tremia. Estava muda e só olhava para a porta de entrada da sala. Entrava todo mundo e menos o Tide. Uma agonia. Depois, fiquei sabendo que só deixam entrar o pai depois que já está tudo arrumado e a cirurgia está prestes a começar. Ele disse que foi a meia hora mais demorada da vida dele, enquanto esperava do lado de fora.

Enquanto olhava para a porta, o anestesista me perguntou se estava tudo bem. Balancei a cabeça dizendo que sim. "A dor já vai passar", disse ele. Me viraram de lado, deitada mesmo, e aplicaram a anestesia nas costas. Não senti absolutamente nada e em um segundo perdi a sensação da cintura para baixo. Me colocaram de novo com o rosto para cima e fecharam a minha vista com aquele pano azul. Aí que o Tide entrou.

Ele viu tudo, tirou foto inclusive. Depois me perguntou se eu senti alguma coisa. Eu não senti nada, nem eles mexendo na minha barriga. Vendo programas de parto no Discovery Home and Health, vejo que algumas mulheres sentem uma pressão na barriga na hora em que o médico puxa o bebê. Eu não, nadica de nada. Nem pressão, nem o cheiro de carne queimada (o Tide disse que sentiu esse cheiro porque eles usaram bisturi elétrico para me cortar). Eu só tremia e chorava. Baldes.

Até que, de repente (às 4h06), veio o som. O mais esperado e o mais inesperado. O choro. Ele chorava e eu chorava mais. E tremia. Não conseguia falar. Antes de levar até mim, foi pesado, aspirado, checado. O pai acompanhando e eu só ouvindo. Além da posição ruim em que estava, Davi também tinha uma circular de cordão, que segundo o obstetra estava bastante apertada.

Nasceu no dia 27 de fevereiro, com 49cm e 2,380kg. Depois veio para o meu peito. Não para mamar, só para se apoiar. Muito rápido. Estava com a cabeça toda roxa e com muito sebo, mas eu achei a coisa mais linda do mundo inteiro. E levaram ele de novo.

(continua)

sábado, 3 de setembro de 2011

Relato de parto (finalmente...) - Parte I

Demorou. Mesmo. Mais de seis meses para escrever este relato. E o motivo para mim é bem claro. Não gostei muito de como aconteceu e até hoje acho que poderia ter sido diferente. Mas deixa eu contar aos poucos antes de chegar nos finalmentes.

Este relato começa no pré-parto. Tinha tirado três semanas de férias do trabalho prestes a completar oito meses de gravidez. Não tinha outro jeito. Essas férias iriam vencer no meio da licença e calhou bem, pois estava precisando descansar. Tudo programado para curtir, relaxar e arrumar a casa nessas três semanas. Seria o tempo de deixar tudo em ordem antes dele nascer. Fazer faxina, arrumar os armários, jogar coisas fora, lavar e passar roupinhas, preparar a minha mala da maternidade, terminar de comprar o que tinha de ser comprado.

Só que as coisas não saíram muito bem do jeito que imaginei. Minha família estava passando por uma barra pesada. Meu tio, irmão da minha mãe, estava com câncer. E faleceu assim que saí de férias. Eu e Tide fomos ao enterro. Abusei por ter ido. Foi em outra cidade, muito longe, estava muuuito quente e foi fisica e emocionalmente desgastante, mas não me arrependo. Queria estar lá para me despedir e, principalmente, para dar uma força aos que ficaram. No dia seguinte, o Tide teve um piripaque por conta do estresse emocional e fiquei o dia inteiro no hospital (mais um desgaste brabo pra mim).

Foi mais ou menos nessa primeira semana de férias que a barriga começou a pesar seriamente pra mim, apesar de todo mundo achar que ela era pequena. As dores nas costas aumentaram e não tinha mais a mesma energia. Fazia o que tinha de ser feito, mas me cansava muito mais e mais rápido.

Depois dessa primeira semana de férias que de nada teve de relaxante, resolvi que a semana seguinte seria melhor. Mal sabia eu que no final dessa semana o Davi chegaria, antes do previsto. Arrumei meu armário de roupa, o do banheiro e o da cozinha (um a cada dia, para não me esgotar). Estava muuuito calor, o verão mais quente que já passei na vida, senegalês. Suava bicas enquanto arrumava as coisas em casa.

Na sexta-feira dessa semana, estava exausta, mas tínhamos um aniversário para ir. O marido de uma amiga fazia aniversário. Não estava com muito pique de ir, nem o Tide, mas falei, quase como numa premonição: "ah, vamos sim. Vai ver essa é uma das últimas saídas à noite nossa". E era. A última antes do Davi nascer.

No dia seguinte, no sábado, passei umas roupinhas do Davi que tinham sido lavadas durante a semana, mas a maior parte ainda estava para passar. Fomos almoçar fora e dar uma volta no shopping. Logo depois do almoço, uma amiga ligou avisando que nosso grupo que sempre se encontra ia estar mais tarde na Cobal. "Passa lá!"

Mesmo cansada, pedi para o Tide me deixar na Cobal. Depois pegava um táxi e ia pra casa. O encontro das amigas dessa vez tinha um motivo especial: uma delas contava a cada uma que chegava que estava grávida!!! Era engraçado ver as caras de cada uma com a notícia. Umas mais espantadas que outras (né, Gigi?).

Durante a conversa na Cobal, sentia o Davi me chutando na costela. E mais nada além disso. Como ele já fazia isso há algum tempo, não achei nada demais. Fiquei na Cobal até umas 9 da noite e rachei um táxi para casa. Tomei meu banho, vi um pouco de TV com o Tide e fomos nos deitar por volta de 11h. Não estava sentindo NADA fora do normal.

Por volta de 1h da manhã, o susto. A bolsa estourou e não sei nem como, mas senti exatamente a hora em que aconteceu, apesar de estar dormindo. Acordei num sobressalto (para não molhar a cama... já falei que sou dona Neura da limpeza, né?). Dei um pulo da cama, literalmente. Sabia o que tinha acontecido e, daí em diante, comecei a tremer. De nervoso, de alegria, de medo. O Davi ia nascer e eu só sabia repetir: "mas ele ainda está muito pequeno."

(continua)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Ansiedade

Hoje é dia 1o de setembro. Mês que vem eu volto a trabalhar. Mais exatamente no dia 3 de outubro. Tensão. Ansiedade. Vontade de que chegue logo e que não chegue nunca. Dá para entender? É, eu sei que é difícil, mas deixa eu tentar explicar.

É uma delícia ficar com o Davi o dia inteiro, não me entendam mal, mas sinto falta de tanta coisa do tempo em que ele ainda não existia ou habitava a minha barriga. Sinto falta de conversar sobre assuntos variados com outros adultos e de preferência com o meu tom de voz (falo o dia inteiro com o Davi com uma vozinha aguda que às vezes eu tenho a impressão de que até o Davi já cansou). Sinto falta de almoçar com calma, escolhendo meu prato sem ter a pressa de acabar rápido e ir andar logo com o carrinho para o Davi parar de raclamar. Sinto falta de me arrumar, nem que seja uma meia arrumação para ir ao trabalho, bem diferente dos modelitos que tenho usado nos meus dias de dona de casa.

Ao mesmo tempo, já tô sofrendo por antecipação com a separação que vamos ter daqui a um mês. Não vai dar mais para dar peito a todo momento (como eu ainda tô fazendo, mas lutando para não fazer para o Davi não sentir muito quando for para a creche). Não vai dar mais para colar ele nimim e dormir agarrado o soninho da tarde, como eu fiz hoje, por exemplo. Não vai dar mais para ficar horas e horas brincando e fazendo ele rir, pelo menos durante a semana. Não vai dar mais para estar presente a cada passo do seu desenvolvimento e posso perder os primeiros passos, a primeira palavra, o primeiro abraço e o primeiro beijo (sem ser o beijo que ele já dá, de encostar a boca dele na nossa bochecha, que é mais um instinto de mamar do que qualquer outra coisa). A convivência mais chegada será nos finais de semana. Durante a semana, no horário que vou buscá-lo na creche, vai ser só o tempo de dar janta, banho e colocar para dormir (hoje, o Davi dorme por volta das 20h e vou tentar manter este horário).

Além disso tudo, tô ansiosa pela mudança de casa, pela obra que estamos prestes a enfrentar (porque eu encaro isso como um enfrentamento meeeesmo), pela nova rotina que eu terei que criar para tentar e não conseguir dar conta de todos os meus afazeres profissionais, domésticos, de mãe e de mulher. Vou tentar manter a calma, mas não vejo a hora de chegar o mês de dezembro ou janeiro, quando imagino que já estarei na casa nova e com a nova rotina rodando rendonda.